29.1.08

Admirável discurso do Papa sobre os limites da ciência

A Agência Zenit (hiperligação ao lado) publica hoje o discurso do Papa por ocasião do encerramento de um congresso organizado pela Academia de Ciências de Paris e pela Academia Pontifícia das Ciências: http://www.zenit.org/article-17403?l=portuguese Nele o Papa fala sobre os limites da ciência e sobre a necessidade de não desprezar os saberes filosófico, antropológico e teológico. Alguns destaques: "No momento em que as ciências exatas, naturais e humanas alcançaram prodigiosos avanços no conhecimento do ser humano e de seu universo, a tentação consiste em querer circunscrever totalmente a identidade do ser humano e de fechá-lo no saber que podemos ter. Para evitar este perigo, é necessário deixar espaço para a pesquisa antropológica, para a Filosofia e para a Teologia, que permitem mostrar e manter o mistério próprio do homem, pois uma ciência não pode dizer quem é o homem, de onde vem ou aonde vai. A ciência do homem se converte, portanto, na mais necessária de todas as ciências." "O homem constitui algo que vai muito além do que se pode ver ou do que se pode perceber pela experiência. Descuidar a questão sobre o ser humano leva inevitavelmente a negar a busca da verdade objetiva sobre o ser em sua integridade e, deste modo, à incapacidade para reconhecer o fundamento sobre o que se apóia a dignidade do homem, de todo homem, desde sua fase embrionária até sua morte natural." "O homem tem uma capacidade específica: discernir o que é bom e o bem. Impressa nele como um selo, a sindérese o leva a fazer o bem. Movido por ela, o homem está chamado a desenvolver sua consciência pela formação e pelo exercício para orientar-se livremente em sua existência, fundando-se nas leis essenciais que são a lei natural e a lei moral. Em nossa época, quando o desenvolvimento das ciências atrai e seduz pelas possibilidades oferecidas, é mais importante que nunca educar as consciências de nossos contemporâneos para que a ciência não se transforme no critério do bem, e o homem seja respeitado como centro da criação e não se converta em objeto de manipulações ideológicas, de decisões arbitrárias, nem tampouco de abuso dos mais fortes sobre os mais frágeis. Trata-se de perigos cujas manifestações pudemos conhecer ao longo da história humana, e em particular no século XX." Grande discurso desmentindo categoricamente os que acusam o Papa de ser um "pensador inconsistente".

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