26.12.08

Para seguir com atenção

Dei-me conta de que ainda não tinha aqui feito referência a um site através do qual tenho seguido a guerra tépida entre o Islão e o Ocidente. Trata-se do Jihad Watch, que se apresenta a si prórpio do seguinte modo: «Jihad Watch is dedicated to bringing public attention to the role that jihad theology and ideology plays in the modern world, and to correcting popular misconceptions about the role of jihad and religion in modern-day conflicts. We hope to alert people of good will to the true nature of the present global conflict.» O site gémeo, Dhimmi Watch, acompanha o avanço mais ou menos pacífico do Islão no Ocidente, através da conquista de posições culturais e da capitulação da cultura ocidental. Os autores são profundos conhecedores da cultura árabe, do Islão e do Corão, ao qual dedicam um separador.

16.12.08

"The Soviet Story"

Via Olavo de Carvalho, tomei conhecimento da existência de um filme que, pouco surpreendentemente, não passou no último DocLisboa, este ano tão político. Enquanto o cd não está à venda, pode ser visto no YouTube. Addendum: "The Soviet Story" agora também disponível no Google Video, em apenas um ficheiro e legendado em português do Brasil.

2.12.08

Dias difíceis para a democracia

Fazendo uso de terminologia eufemística para designar estratégias persecutórias e intimidatórias, a esquerda moderna, progessista e reformista vai-se aproximando cada vez mais da clássica, totalitária e revolucionária.

11.11.08

A face oculta

Os EUA elegeram um novo presidente. O mundo livre terá, a partir do dia 20 de Janeiro de 2009, um novo líder. Acompanhei a campanha sobretudo através de alguns sites e blogues conservadores americanos e desejei uma vitória republicana. Admirei a grandeza de McCain - o discurso de aceitação da derrota é de uma tremenda elevação democrática. Aliás, a forma como os conservadores reagiram à derrota, aceitando o resultado e desejando felicidades ao presidente eleito, prometendo-lhe uma oposição firme mas leal, é uma lição de democracia para todos os que nunca foram capazes de aceitar democraticamente as vitórias eleitorais de Bush, para os que nunca o trataram com o respeito mínimo devido ao presidente democraticamente eleito dos EUA. Deposito esperanças na Palin: pode vir a liderar a renovação do movimento conservador americano - isto se conseguir resistir à impiedosa campanha de assassinato de carácter de que foi e continua a ser alvo. Por cá, poucos se atrevem a defendê-la e não há iluminado que dela não troce. Dito isto, dou início a uma série de postais sobre a face oculta de Barack Obama, escrutinando aspectos da carreira política do futuro presidente que ficaram por analisar em Portugal e que mereceram pouca atenção mediática no EUA. O primeiro é sobre um tema central da civilização ocidental: o respeito pelos direitos da pessoa, nomeadamente pelo mais elementar deles, o direito à vida: Obama's Abortion Extremism.

Dias difíceis

Dias difíceis para os cristãos, não apenas nos países muçulmanos nem na Índia. E a tendência é para piorar. Da hostilidade jocosa, aviltante para a a agressão planeada não vai uma grande diferença. Dias difíceis para a direita, para os conservadores se avizinham. (via American Thinker)

22.9.08

O Dever de Morrer

O tema vai surgindo e desaparecendo, a um ritmo mais ou menos pendular, de modo a que nos vamos habituando a ele, naturalmente, sem a impressão de que nos está a ser imposto, mas com a naturalidade das coisas inevitáveis, como a própria morte. O que esta notícia tem de diferente é que, ao contrário do que é habitual na apologia deste tipo de soluções – feita com base em “razões humanitárias” – a baronesa Warnock faz a sua proposta a fim de garantir não uma morte digna, mas a sobrevivência do Sistema Nacional de Saúde Inglês (NHS). Ao que parece, feitas as contas, a aplicação da proposta desta insigne “especialista em filosofia moral” pouparia a partir do ano 2026 ao NHS 35 mil milhões de libras por ano. A baronesa Warnock avança esta proposta com base num suposto "direito a morrer" de modo a não ser um fardo para “a família e para o estado”, que pode facilmente transformar-se num “dever de morrer”, para não desequilibrar as já periclitantes contas do NHS. Entre nós, em tempos recentes, no contexto de outras discussões, múltiplas vozes se ergueram contra uma suposta legitimidade de “interromper” vidas humanas por razões sociais e financeiras. Esta proposta constitui, no fundo, uma transposição expectável desse princípio sinistro ao outro extremo do continuum vital. Ficam por fazer as contas da poupança que resultaria para o NHS da revogação da actual lei que regula o aborto até às 24 (vinte e quatro) semanas no Reino Unido (excepto na Irlanda do Norte).

6.9.08

Martírio silenciado

Desde o final de Agosto que os cristãos do estado indiano de Orissa têm sido alvo de ataques violentos por parte de extremistas hindus. Cristãos das mais variadas confissões, pastores, padres, freiras, leigos, até alunos de escolas cristãs e doentes internados em hospitais dirigidos por organizações cristãs – alunos e doentes não necessariamente cristãos – foram seviciados, espancados, violados e até imolados por radicais hindus. As autoridades indianas afirmam tudo ter feito para pôr cobro a estes actos de violência desenfreada e irracional, mas reconhecem a sua impotência perante o multiplicar das ocorrências e a extensão do território onde os crimes foram, e são ainda, perpetrados. Para além da violência sobre pessoas, os radicais hindus demoliram e incendiaram edifícios usados por organizações cristãs e as casas dos fiéis cristãos. Para além da forte impressão que estes actos em si mesmos provocam, outro dado incomoda sobremaneira: a absoluta ausência de referências a estes episódios nos media nacionais ditos de referência. Não há justificação para este silêncio. Haver há, mas sobre ela jaz um manto de silêncio ainda mais espesso: a violência sobre cristãos não é notícia porque contradiz uma das teses da mundividência progressista, amplamente veiculada nos media, principal instrumento da implantação dessa mundividência – já não hegemónica mas única – na consciência colectiva nacional, no estrito cumprimento dos planos da revolução cultural gramsciana. Essa tese diz qualquer coisa como isto: a religião cristã é a religião dos opressores imperialistas, é opressora e imperialista em si mesma, foi razão e instrumento dos mais bárbaros crimes cometidos sobre os povos colonizados, é responsável pelo abandono por parte destes povos das suas religiões tradicionais – intrinsecamente boas – e pelo enfraquecimento das estruturas sociais ancestrais que delas decorriam. Esta visão – não apenas simplista, mas profundamente equivocada – daquilo que representa a disseminação do cristianismo por todo o mundo, em última análise decorrente de uma absoluta ignorância do que é o cristianismo (e do que são as outras religiões, geralmente idealizadas), está tão amplamente disseminada nos media, está tão profundamente enraizada que qualquer dado que, de algum modo, a contrarie é imediatamente descartado para o cesto das não-notícias, num movimento involuntário de preservação da solidez do sistema. Não se trata de um movimento consciente por parte de alguns jornalistas mal intencionados no sentido de sonegar informação aos seus leitores, ouvintes ou espectadores. É, tão-somente, um mecanismo reflexo de defesa de um organismo vivo, num esforço de sobrevivência. Ora, um hindu, ou um grupo de hindus – tidos geralmente por pessoas pacíficas, amantes de todos os seres vivos, alguns até vegetarianos porque encaram todos os animais como iguais – de acordo com a tese referida, "não podem" perseguir, espancar, violar, imolar outras pessoas, mesmo que estas pessoas sejam cristãs. Em suma, como ouvi um padre dizer, os cristãos indianos são duplamente vítimas: da violência física a que vêm sendo submetidos e do silêncio – cobarde de uns e cúmplice de outros – que sobre estes crimes paira. Deixo hiperligação para uma súmula de algumas destas agressões. Para além do Persecution.org, podem encontrar-se mais informações sobre esta matéria em Persecution Times.

2.9.08

Comunismo - História de Uma Ilusão

A RTP 2 transmite esta semana - a semana que antecede a festa do partido do democídio -, entre e 5ª feira, o documentário em três partes Comunismo - História de Uma Ilusão. Desta vez o segundo canal da televisão pública não se limitará a passar o primeiro dos três episódios, como fez em Outubro passado para assinalar o nonagésimo aniversário da Revolução de Outubro. Um documentário a não perder. De lamentar a hora prevista para a transmissão: 23:25H. Não seria melhor passar este documentário em horário nobre, em lugar das pepineiras que transmitem entre as 21 e as 22H, inenarráveis documentários de canais de história, discoveries e odisseias? Seja como for, já é bom que o mostrem na íntegra. Já agora, a RTP 2 podia fazer com Comunismo - História de Uma Ilusão o mesmo que faz com alguns desses documentários de entreter: retransmiti-lo vezes sem conta.

8.8.08

Revolução cultural em versão islâmica

Neste video um pregador islâmico egípcio expõe o procedimento a adoptar pelos muçulmanos europeus de modo a, num período de dez anos, dominar pacificamente a Europa. São evidentes as semelhanças com a estratégia de revolução cultural marxista. Só faltou definir como áreas estratégicas de intervenção os media e as universidades. Mas isso acaba por ser desnecessário, uma vez que já estão entregues aos fiéis aliados dos islamitas no processo de destruição da cultura ocidental. http://www.youtube.com/watch?v=CSWLLc6uikE (Via http://www.takimag.com/)

26.7.08

Ligações

Pequeno postal para acrescentar duas novas hiperligações: O Fiat Lux publica uma série de postais a propósito do quadragésimo aniversário da publicação da encíclica Humanae Vitae. A expressão "liberdade religiosa" tem em muitas partes do planeta uma ressonância diferente da que tem entre nós. O testemunho cruento é tristemente frequente. O The Persecution Times faz a cobertura de actos de perseguição anti-cristã por todo o mundo.

28.5.08

Memória histórica

A Zenit publica uma entrevista ao sacerdote e historiador Vicente Carcel Orti, na qual este, resumidamente, dá conta de alguns dados históricos recolhidos no Arquivo Secreto Vaticano - extensamente expostos em dois livros recentemente publicados de sua autoria - os quais, segundo o autor, «desmentem muitos tópicos e mitos da mais dramática década da História de Espanha no século XX». A entrevista termina com as seguintes palavras: «Não queriam memória histórica? Pois aqui está, isto é a memória histórica, estes são os fatos.»

4.4.08

Aniversário Natalício e de Pontificado de Bento XVI

Assinalam-se na próxima semana o 81º aniversário natalício de Joseph Ratzinger e o 3º aniversário da sua eleição como Sumo Pontífice da Igreja Católica, nos dias 16 e 19, respectivamente. O site Catholic.net (disponível em castelhano, inglês, francês, alemão e esloveno) proporciona, a quem o desejar, um meio simples de enviar uma mensagem de felicitações ao Santo Padre. Que Deus no-lo conserve.

19.3.08

Zenit em campanha de recolha de fundos

A agência noticiosa Zenit, manancial de informação relativa ao mundo e à fé católica, tem em curso uma campanha de angariação de fundos destinada a garantir o seu funcionamento. Como leitor quotidiano do boletim da Zenit, não posso deixar de apelar à participação nesta campanha. Aqui fica a hiperligação de acesso à base dos donativos:

Princípio da reciprocidade - addendum

Daniel Pipes, a propósito de alguns avanços nas relações entre o Vaticano e governos de países muçulmanos, alude ao princípio da reciprocidade como tendo sido adoptado e vindo a ser seguido com firmeza por parte dos responsáveis diplomáticos da Santa Sé. Parece ser possível aplicar o princípio da reciprocidade sem abdicar dos valores cristãos e dos princípios do estado de direito.

A resistência dá frutos - adenda

O artigo de Daniel Pipes citado no postal A resistência dá frutos agora em português.

6.3.08

Intelectualidade de esquerda e banditismo

No seu artigo de 3 de Março para o Diário do Comércio, Olavo de Carvalho tece algumas considerações acerca da criminalidade e do banditismo e do seu impacto na sociedade brasileira, a propósito do filme "Tropa de Elite".

No meio das suas considerações, Olavo alude a um outro texto seu – Bandidos & Letrados – no qual analisa mais extensamente a relação entre o banditismo e um certo pensamento de esquerda.

Ora, estes dois textos são de particular actualidade numa altura em que, por cá, vivemos aquilo que designamos, de forma algo optimista, por onda de criminalidade violenta e que pode bem ser, esperemos que não, menos onda que maré.

A propósito desta onda, não tardaram as habituais reacções: da esquerda veio o já canónico mito do crime como reflexo das dificuldade económicas que o país atravessa, à qual, surpreendentemente – ou talvez não – se associou o líder do PSD, Luís Filipe Menezes. Do poder – que é como quem diz, da esquerda mais comprometida – veio a desvalorização do fenómeno, quer através de discursos de ministros, quer por meio da oportuna divulgação de estatísticas que pretendem contrariar a generalizada sensação de insegurança expressa pelos cidadãos e pelos agentes policiais; e veio o anúncio da elaboração de mais leis, de mais planos e de mais projectos que só na mente de quem os concebe – oh, inteligências preclaras – contribuirão para a resolução dos problemas da segurança dos cidadãos.

Quanto às origens do mito e quanto ao mito em si mesmo, a leitura do texto Bandidos & Letrados é particularmente esclarecedora, assim como também o é em relação à tibieza e inconsequência das propostas feitas pelos nossos governantes, razões mais que suficientes para tornar a sua leitura absolutamente indispensável.

Para ilustrar esta afirmação, colo algumas passagens:

«Entre as causas do banditismo carioca, há uma que todo o mundo conhece mas que jamais é mencionada, porque se tornou tabu: há sessenta anos os nossos escritores e artistas produzem uma cultura de idealização da malandragem, do vício e do crime.(…)»

«(…) Humanizar a imagem do delinqüente, deformar, caricaturar até os limites do grotesco e da animalidade o cidadão de classe média e alta, ou mesmo o homem pobre quando religioso e cumpridor dos seus deveres — que neste caso aparece como conformista desprezível e virtual traidor da classe —, eis o mandamento que uma parcela significativa dos nossos artistas tem seguido fielmente, e a que um exército de sociólogos, psicólogos e cientistas políticos dá discretamente, na retaguarda, um simulacro de respaldo "científico".

À luz da "ética" daí resultante, não existe mal no mundo senão a "moral conservadora". Que é um assalto, um estupro, um homicídio, perto da maldade satânica que se oculta no coração de um pai de família que, educando seus filhos no respeito à lei e à ordem, ajuda a manter o status quo? O banditismo é em suma, nessa cultura, ou o reflexo passivo e inocente de uma sociedade injusta, ou a expressão ativa de uma revolta popular fundamentalmente justa. Pouco importa que o homicídio e o assalto sejam atos intencionais, (…). A conexão universalmente admitida entre intenção e culpa está revogada entre nós por um atavismo marxista erigido em lei: pelo critério "ético" da nossa intelectualidade, um homem é menos culpado pelos seus atos pessoais que pelos da classe a que pertence.(…)»

«(…) É absolutamente impossível que a disseminação de tantas idéias falsas não crie uma atmosfera propícia a fomentar o banditismo e a legitimar a omissão das autoridades. O governante eleito por um partido de esquerda, por exemplo, não tem como deixar de ficar paralisado por uma dupla lealdade, de um lado à ordem pública que professou defender, de outro à causa da revolução com a qual seu coração se comprometeu desde a juventude, e para a qual a desordem é uma condição imprescindível.(…)»

«(…) De nada adianta a experiência universal ensinar-nos que a conexão entre miséria e criminalidade é tênue e incerta; que há milhares de causas para o crime, que mesmo a prosperidade de um wellfare State não elimina; que entre essas causas está a anomia, a ausência de regras morais explícitas e comuns a toda a sociedade; que uma cultura de "subversão de todos os valores" e a glamurização do banditismo pela elite letrada ajudam a remover os últimos escrúpulos que ainda detêm milhares de jovens prestes a saltar no abismo da criminalidade. Contrariando as lições da História, da ciência e do bom senso, nossos intelectuais continuam presos à lenda que faz do criminoso o cobrador de uma dívida social.(…)»

Mas o melhor é ler todo o artigo, seguir o encadeamento do raciocínio e da exposição do Olavo de Carvalho, acompanhar todas as ramificações apontadas.

4.3.08

Radio Convicción

Por indicação de Olavo de Carvalho, através do seu talkshow semanal True Outspeak/Sinceridade de Facto, descobri a Radio Convicción, emissora católica chilena.

No seu site, esta emissora disponibiliza programas sobre diversas temáticas, que vão desde a doutrina cristã, passando pela oração, pela história da Igreja, até ao pensamento filosófico-teológico dos Padres e Doutores da Igreja. Disponibiliza, igualmente, uma série de programas – muito propriamente designada “Barbarie Comunista” – sobre a Revolução Cultural Neomarxista, através do escrutínio do pensamento de figuras como Gramsci, Marcuse, Reich, Lucaks, Adorno, Horkheimer, Sartre, entre outros (“O meu nome é Legião”) e de doutrinas como o existencialismo, o niilismo, o desconstrucionismo.

Compare-se o serviço prestado por esta rádio com o da sua congénere portuguesa.

2.3.08

Relativismo agressivo

A Zenit de 26 de Fevereiro publica uma entrevista com Massimo Introvigne, autor do livro “Il Segreto dell’Europa – Guida alla riscoperta delle radici cristiane”, Sugarco Edizioni, 2007. A entrevista tem vários pontos de interesse, dos quais destaco dois: Introvigne aponta a obstinação dos líderes europeus em negar as raízes cristãs da cultura europeia como explicação possível para a dificuldade da Europa em definir posições comuns sobre assuntos realmente importantes e aponta como exemplo recente as tomadas de posição divergentes – quando não contrárias – face à declaração unilateral da independência do território sérvio do Kosovo. Mas o ponto mais interessante, e que, só por si, dá vontade de ler o livro, é a caracterização do actual estado do relativismo, enquanto tendência do pensamento moderno e pós-moderno ocidental, como “relativismo agressivo”.

A ler, igualmente, o texto, disponível na página pessoal do autor, relativo ao seu livro anterior, “Il Dramma dell’Europa Senza Cristo - Il relativismo europeo nello scontro delle civiltà”, da mesma editora.

29.2.08

A direita playboy

Dois excelentes artigos de Olavo de Carvalho publicados recentemente merecem leitura atenta e suscitam algumas reflexões. Um deles, intitulado Poligamia na Grã-Bretanha, parte da recente revelação de que, no Reino Unido, os indivíduos envolvidos em casamentos polígamos — leia-se, muçulmanos — receberão, da parte da segurança social, pensões tantas quantas as mulheres com quem estejam casados, o que corresponde, no mínimo, a um reconhecimento de facto da poligamia, ainda que no quadro legislativo continue a ser ilegal. Olavo de Carvalho descreve esta situação e relaciona-a com a insidiosa e suicida revolução cultural em curso. Para além do interesse do artigo em si mesmo, um outro ponto de interesse é, para mim, a ligação possível, até inevitável com o segundo artigo, sobre o futuro da direita no Brasil.

Aqui surge uma primeira reflexão: as semelhanças entre a realidade política brasileira, tal como descrita por Olavo de Carvalho, e a realidade política portuguesa são de tal ordem que não deixam de provocar espanto. Desse cenário destacaria a progressiva esquerdização cultural da sociedade e a ausência de alternativas credíveis à direita do espectro político. Uma segunda reflexão resulta da primeira: se a situação é tão semelhante nos seus problemas, as soluções podem ser semelhantes, e a reflexão de quem pensa à direita deve ser feita cá tendo em consideração a que lá se faz. Nesse sentido, a participação de Pedro Sette Câmara n’O Insurgente e a atenção prestada pela revista Atlântico a algumas figuras da direita cultural brasileira — refiro-me às entrevistas de Bruno Garschagen a Reinaldo Azevedo e Olavo de Carvalho, entre outros —, são trilhos que urge alargar e multiplicar.

Voltando aos artigos: no segundo, O futuro da direita, Olavo descreve uma direita que partilha com uma certa esquerda, que por cá designamos “esquerda caviar”, todo um programa cultural. As diferenças entre esta esquerda e aquela direita — para a qual proponho a designação “direita playboy” — situam-se apenas no plano económico e no peso do estado na sociedade. De resto, ambas deploram as raízes da civilização que lhes serviu de berço e onde livremente campeiam. Uma e outra usufruem da beleza e da protecção da cúpula de um edifício do qual destroem persistentemente os alicerces; ambas puxam lustro aos seus frisos e tratam de minar os seus alicerces. Não percebem que cúpula e frisos desabarão sobre eles próprios como resultado do seu empenho.

A direita playboy, em suma, não vislumbra que os valores mesmos que estima serão letra morta numa sociedade dominada pelo totalitarismo da esquerda materialista, a qual acabará por sucumbir à revolta dos seus aliados no combate contra a sociedade ocidental: os extremistas islâmicos.

21.2.08

A resistência dá frutos

A Melanie Phillips remete hoje para o site do jornalista Daniel Pipes, o qual dá conta de um caso que constitui um exemplo e um encorajamento para a resistência das sociedades ocidentais contra a ofensiva global islâmica. Organizações islâmicas nos EUA e no Canadá, perante a veemente e reiterada condenação pública dos media e dos tribunais americanos, recuaram no apoio a taxistas que se recusavam a transportar cegos acompanhados dos seus cães-guia ao abrigo da sharia - lei que, ao que parece, considera o cão um animal imundo, determinando que a saliva dos cães invalida a pureza ritual necessária para a oração. A conclusão de Pipes, que Phillips reitera e que eu subscrevo, é que quando as sociedades ocidentais realmente se mobilizam na defesa dos seus princípios o radicalismo islâmico é derrotado. O problema não é, portanto, a incapacidade do ocidente resistir à instauração progressiva de califados, onde impera a lei islâmica e onde os não islâmicos são cidadãos de segunda classe; o problema é generalizada ausência de valores para defender; é o niilismo e o relativismo. Uma sociedade que condena (justamente, de resto) os maus tratos sobre os animais - que classifica esses maus tratos como desumanos - e que institui o "direito ao aborto" como um dos direitos humanos, é uma sociedade doente e que não tem nada por que valha a pena resistir.

17.2.08

Princípio da reciprocidade

Nesta semana, surgiram na blogosfera vários postais que abordam, de uma maneira ou de outra, a questão da liberdade religiosa. No Fiel Inimigo, a destruição de um centro cultural cristão em Gaza, ocorrência vulgar, que passa impune nas áreas sob tutela da Autoridade Palestiniana. No blogue da Atlântico, a guetização dos cristão coptas, obrigados a viver isolados em bairros sem quaisquer condições de salubridade, dedicando-se a actividades impuras para os muçulmanos, de modo a poder sobreviver - uma vez que não conseguem emprego em outras áreas de actividade. Pior: são cidadãos de segunda também quando chega ao momento de recorrer à polícia, que não só não lhes presta a devida assistência em caso, por exemplo, de sequestro de jovens de sexo feminino em idade nubente, como ainda colabora com os sequestradores, os quais "convertem" coercivamente ao islão as sequestradas através de casamentos forçados. Em Dezembro, O Lidador considerava a declaração unilateral de independência do território sérvio do Kosovo uma vitória da ofensiva islâmica no coração da Europa, facilitada, entre outras coisas, pela limpeza étnica, cultural e religiosa - da qual a destruição de 150 igrejas cristãs em cinco anos é exemplo - perante a passividade das forças europeias que deviam assegurar a ordem na região. Enquanto isso a Zenit informa que, na Argélia, na sequência da aprovação de uma lei «sobre o exercício das práticas de culto não-muçulmano», um sacerdote católico foi condenado a um ano de prisão, por ter «dirigido uma cerimônia religiosa em um lugar que não foi reconhecido pelo governo». Os exemplo de opressão até à morte dos cristãos no mundo muçulmano multiplicam-se, enquanto no ocidente os muçulmanos gozam de direitos que a ninguém reconhecem em termos semelhantes: a liberdade religiosa, a liberdade de culto e o direito a desenvolver acções que visem a propagação pacífica da fé. Bem sei que a liberdade religiosa é um pilar do nosso ordenamento social, mas a mim, que não percebo nada de política, nem de diplomacia, nem de direito, parece-me que estamos a dar-lhes a corda com que nos hão-de enforcar. Pergunto-me se não devíamos adoptar algo semelhante ao princípio da reciprocidade, reconhecendo aos outros os direitos que nos reconhecem a nós. É que por este andar, com a destruição de igrejas onde podem e com a construção de mesquitas onde querem, a islamização global e a destruição do mundo cristão serão apenas uma questão de tempo.

11.2.08

11 de Fevereiro, Dia de Luto neste blog

Assinala-se hoje o primeiro aniversário do referendo que conduziu à legalização do aborto em Portugal. Passado um ano, ficaram por cumprir as promessas de implementar as "boas práticas", de acordo com o modelo alemão. Esta é, para mim, a maior e mais infame mentira do primeiro-ministro José Sócrates, proferida inúmeras vezes na última semana de campanha e, por uma última vez, no dia do referendo, em conferência de imprensa, após a apresentação das primeiras projecções. No dia seguinte, o sr. Alberto Martins, líder da bancada parlamentar do PS, apontou a direcção que a regulamentação viria a tomar, perante o silêncio do secretário geral do mesmo partido, o sr. Primeiro-ministro José Sócrates. Passado um ano, fazem-se os primeiros balanços. Alguns sectores da nossa sociedade procuram manter o assunto na ordem do dia, enquanto outros acusam os primeiros de ressabiamento e falta de sentido democrático por insistirem em discutir o tema e por não se conformarem com a presente situação. Esquecem-se os críticos que eles próprios, durante os nove anos que mediaram os dois referendos, estiveram em permanente reivindicação da realização do segundo e em ininterrupta campanhada pela aprovação. E não compreendem que o inconformismo resulta de um imperativo ético, de não poder aceitar com placidez a matança de seres humanos inocentes. Voltarei a este tema, segundo a perspectiva apontada por João Gonçalves no postal A banalização do mal, seguindo a linha esboçada no comentário que fiz ao mesmo.

8.2.08

Britanistão

Este postal remete para diversos blogs que hoje se debruçam sobre a capitulação cultural e religiosa do responsável máximo da Igreja Anglicana face à islamização do Reino Unido. Por falta de tempo (e de talento, convenhamos), limito-me a colar as hiperligações desses blogs. Acaba por ser também um bom pretexto para adicionar algumas hiperligações à lista. Começo pela Melanie Phillips, jornalista inglesa, conservadora. Quando me sinto em alta, vou ao seu blog e volto às misérias do mundo e à pequenez das minhas euforias. É um estabilizador do humor especialmente eficaz para as fases maníacas. Como todos os tratamento para a mania, pode provocar uma viragem para a depressão. Recomenda-se uso moderado e monitorização dos sinais de viragem. http://www.spectator.co.uk/melaniephillips/492106/the-archbishops-speech.thtml Sigo para o Blogue Atlântico, que dispensa grandes apresentações. Embora com alguns jacobinos infiltrados, é um blog de referência, de consulta diária. Em conjunto com O Insurgente, substitui com vantagem a leitura dos jornais. Hoje, o Paulo Tunhas abriu as hostilidades com este postal: http://www.atlantico-online.net/blogue/2008/02/08/a-selvajaria-ontem-e-hoje/ Por último, o mais recente: o Fiel Inimigo. Os cavalheiros têm o sentido de humor de quem já se habituou a viver num mundo de pernas para o ar. Acho-lhes graça, mas, depois da gargalhada, fica a tristeza de conhecer mais uma miséria do mundo. Alguns dos redactores prestam o serviço altamente meritório e especialmente mortificante de monitorizar os campeões da esquerda moderna e dar-lhes forte nas caixas de comentários, o que lhes será útil na hora do Juízo. Bem hajam. Vê-mo-nos no purgatório. http://fiel-inimigo.blogspot.com/2008/02/poligamia-yes.html http://fiel-inimigo.blogspot.com/2008/02/sharia-na-canturia.html

5.2.08

A revolução insidiosa

Descobri o Olavo de Carvalho um pouco por acaso (quantas grandes descobertas são feitas por acaso), num processo tão típico dos nossos dias e das suas navegações cibernáuticas, através de uma hiperligação que leva a outra, e a outra ainda, tornando-se difícil, no fim, reconstituir o percurso. Comecei por ler os textos mais recentes que vai publicando em vários órgãos da imprensa brasileira; depois fui recuando para os mais antigos: a maioria dos textos são análises da realidade do Brasil, mas, na sua maioria, são plenamente compreensíveis para o leitor português normal – que não conhece a realidade brasileira – porque, mesmo quando fala sobre acontecimentos determinados e concretos da actualidade brasileira, Olavo de Carvalho fala de uma perspectiva assente em sólidos conhecimentos históricos, filosóficos, sociológicos e sempre com um aguçado sentido crítico. Depois comecei a ouvir o talkshow, onde se dá a conhecer um Olavo mais sanguíneo, desbocado, iracundo; neste dá também recomendações de leitura, as quais tenho procurado seguir. Passados alguns meses, posso dizer que Olavo de Carvalho é a personalidade que mais contribuiu para a definição da posição política que ocupo hoje. A leitura de alguns dos seus textos contribuiu para melhorar a minha compreensão de muitos fenómenos que me causam bastante desconforto. Depois de ler esses textos, esses fenómenos continuam a ser incómodos mas, ao ser capaz de os ver na perspectiva apontada por Olavo de Carvalho, ao desconforto provocado pelos fenómenos em si subtrai-se o incómodo de não os conseguir compreender. De entre esses textos começaria por destacar o segundo capítulo do livro “A Nova Era e a Revolução Cultural”: “Sto. Antonio Gramsci e a Salvação do Brasil.” Neste texto, Olavo faz uma apresentação crítica do pensamento do ideólogo marxista Antonio Gramsci, do seu ponto de partida, da sua estratégia, da aplicação da estratégia e faz o ponto da situação no Brasil dos anos 90 do sec. XX. É impossível ler este texto sem um sobressalto. Chega-se ao fim assustado mas mais alerta. E não se consegue deixar de reconhecer a situação descrita no Portugal dos primeiros anos deste século e no resto do mundo.

Colo a hiperligação para o texto completo: http://www.olavodecarvalho.org/livros/negramsci.htm

Colo também alguns destaques: “Gramsci transformou a estratégia comunista, de um grosso amálgama de retórica e força bruta, numa delicada orquestração de influências sutis, (…) mais perigosa, a longo prazo, do que toda a artilharia do Exército Vermelho. Se Lênin foi o teórico do golpe de Estado, ele foi o estrategista da revolução psicológica que deve preceder e aplainar o caminho para o golpe de Estado.” “Gramsci concebeu uma dessas idéias engenhosas, que só ocorrem aos homens de ação quando a impossibilidade de agir os compele a meditações profundas: amestrar o povo para o socialismo antes de fazer a revolução. Fazer com que todos pensassem, sentissem e agissem como membros de um Estado comunista enquanto ainda vivendo num quadro externo capitalista. (…)” “A estratégia de Gramsci virava de cabeça para baixo a fórmula leninista, na qual uma vanguarda organizadíssima e armada tomava o poder pela força, autonomeando-se representante do proletariado e somente depois tratando de persuadir os apatetados proletários de que eles, sem ter disto a menor suspeita, haviam sido os autores da revolução. A revolução gramsciana está para a revolução leninista assim como a sedução está para o estupro. Para operar essa virada, Gramsci estabeleceu uma distinção, das mais importantes, entre "poder" ( ou, como ele prefere chamá-lo, "controle" ) e "hegemonia". O poder é o domínio sobre o aparelho de Estado, sobre a administração, o exército e a polícia. A hegemonia é o domínio psicológico sobre a multidão. A revolução leninista tomava o poder para estabelecer a hegemonia. O gramscismo conquista a hegemonia para ser levado ao poder suavemente, imperceptivelmente. (…)”

Podia continuar a fazer destaques mas conseguiria apenas retalhar o texto, e o melhor é lê-lo todo.

Noutro postal a publicar brevemente pretendo apresentar um outro conjunto de textos muito elucidativos sobre a realidade do nosso tempo, os quais tratam do que Olavo designa por “Mentalidade Revolucionária”. Em conjunto com este que acabo de apresentar, constituem uma chave de leitura para alguns dos fenómenos políticos e sociais mais marcantes do sec. XX e do início do sec. XXI.

1.2.08

A Igreja como farol ético para a investigação científica

Quem tem ouvidos que oiça. Em discurso dirigido aos participantes de uma reunião da Congregação para a Doutrina da Fé, Bento XVI deixa clara a posição da Igreja no que respeita à investigação científica e às questões éticas que ela levanta. Alguns destaques retirados da notícia da Zenit: «O Magistério da Igreja certamente não pode e não deve intervir sobre toda novidade da ciência, mas tem o dever de reafirmar os grandes valores em jogo e de propor aos fiéis e a todos os homens de boa vontade princípios e orientações ético-morais para as novas questões importantes. Os dois critérios fundamentais para o discernimento moral neste campo são a) o respeito incondicional ao ser humano como pessoa, de sua concepção até a morte natural, b) o respeito à originalidade da transmissão da vida humana através dos atos próprios dos cônjuges.» E a respeito das questões ligadas ao congelamento dos embriões humanos, ao diagnóstico pré-implantatório, às pesquisas sobre células-estaminais embrionárias e às tentativas de clonagem humana: «Quando seres humanos, no estado mais fraco e mais indefeso de sua existência , são selecionados, abandonados, mortos ou utilizados como puro ‘material biológico’, como negar que são tratados não mais como ‘alguém’, mas como ‘algo’, colocando assim em questão o conceito próprio de dignidade do homem?» E, por via das dúvidas, para não ser acusado de insensibilidade para com o sofrimento dos que esperam da investigação científica uma cura para as suas doenças: «Certamente a Igreja aprecia e encoraja o progresso das ciências biomédicas que abrem perspectivas terapêuticas até agora desconhecidas, mediante, por exemplo, o uso de células-estaminais somáticas [adultas] ou mediante as terapias dirigidas à restituição da fertilidade ou à cura das doenças genéticas. Contemporaneamente essa sente o dever de iluminar as consciências de todos, a fim de que o progresso científico seja verdadeiramente respeitoso de cada ser humano, ao qual é reconhecida a dignidade da pessoa, sendo criado à imagem de Deus.»

Também de pão vive o homem

Mais uma notícia da Zenit que merece destaque: as organizações de ajuda ao necessitados da Igreja são exemplares do ponto de vista da gestão dos recursos, funcionando com custos mínimos de gestão: http://www.zenit.org/article-17422?l=portuguese "(...)Segundo o cardeal [Paul Josef Cordes, presidente do Conselho Pontifício «Cor Unum», organismo da Santa Sé responsável pela orientação e coordenação entre as organizações e as atividades caritativas promovidas pela Igreja Católica,], «seria útil que, por ocasião dos convites da mídia, lançados após calamidades como o tsunami, não só se indicasse o número da conta bancária ao qual destinar os donativos, mas também a porcentagem que as agências retêm para manter sua própria instituição». Isso, disse, «ajudaria o doador a discernir como sua doação chega aos necessitados». Neste contexto, assegurou, «o consumo interno das agências de ajuda da Igreja pode considerar-se como exemplar».(...)"

Pergunto: são conhecidos os custos de gestão das grandes ONGs?

O Shandy pai dizia temer pela sua saúde e pelas suas poupanças porque o seu médico e o seu banqueiro não eram crentes, logo não tinham um instância última, omnisciente e justa perante quem responder.

29.1.08

Admirável discurso do Papa sobre os limites da ciência

A Agência Zenit (hiperligação ao lado) publica hoje o discurso do Papa por ocasião do encerramento de um congresso organizado pela Academia de Ciências de Paris e pela Academia Pontifícia das Ciências: http://www.zenit.org/article-17403?l=portuguese Nele o Papa fala sobre os limites da ciência e sobre a necessidade de não desprezar os saberes filosófico, antropológico e teológico. Alguns destaques: "No momento em que as ciências exatas, naturais e humanas alcançaram prodigiosos avanços no conhecimento do ser humano e de seu universo, a tentação consiste em querer circunscrever totalmente a identidade do ser humano e de fechá-lo no saber que podemos ter. Para evitar este perigo, é necessário deixar espaço para a pesquisa antropológica, para a Filosofia e para a Teologia, que permitem mostrar e manter o mistério próprio do homem, pois uma ciência não pode dizer quem é o homem, de onde vem ou aonde vai. A ciência do homem se converte, portanto, na mais necessária de todas as ciências." "O homem constitui algo que vai muito além do que se pode ver ou do que se pode perceber pela experiência. Descuidar a questão sobre o ser humano leva inevitavelmente a negar a busca da verdade objetiva sobre o ser em sua integridade e, deste modo, à incapacidade para reconhecer o fundamento sobre o que se apóia a dignidade do homem, de todo homem, desde sua fase embrionária até sua morte natural." "O homem tem uma capacidade específica: discernir o que é bom e o bem. Impressa nele como um selo, a sindérese o leva a fazer o bem. Movido por ela, o homem está chamado a desenvolver sua consciência pela formação e pelo exercício para orientar-se livremente em sua existência, fundando-se nas leis essenciais que são a lei natural e a lei moral. Em nossa época, quando o desenvolvimento das ciências atrai e seduz pelas possibilidades oferecidas, é mais importante que nunca educar as consciências de nossos contemporâneos para que a ciência não se transforme no critério do bem, e o homem seja respeitado como centro da criação e não se converta em objeto de manipulações ideológicas, de decisões arbitrárias, nem tampouco de abuso dos mais fortes sobre os mais frágeis. Trata-se de perigos cujas manifestações pudemos conhecer ao longo da história humana, e em particular no século XX." Grande discurso desmentindo categoricamente os que acusam o Papa de ser um "pensador inconsistente".

28.1.08

Agarrar a ocasião pela melena

Já andava há algum tempo à espera de uma boa ocasião para abrir este blog. Surgiu hoje ao ler a notícia da Agência Zenit (http://www.zenit.org/index.php?l=portuguese) cuja hiperligação colo: http://www.zenit.org/article-17391?l=portuguese. Destaco este excerto, que é precioso: "Muitíssimas vezes, diz [o Padre Federico Lombardi S.J., diretor da Sala de Informação da Santa Sé] citando ao Papa, «a comunicação parece ter a pretensão não só de representar a realidade, mas de determina-la graças ao poder e a força de sugestão que possui». «Isto sucede, por exemplo, quando os meios não são utilizados "para uma adequada função de informadores, mas para 'criar' os próprios eventos" ou ao menos para ampliar seu impacto, para manipular a correta leitura, ou impor uma determinada interpretação com objetivos ideológicos, interesse econômico, político ou de outra natureza», denuncia o porta-voz vaticano. «Não se repetirá nunca suficientemente um princípio tão aparentemente óbvio como fundamental: "A palavra – dita, escrita ou expressada com imagens – está feita para a verdade, para dizer a verdade, para favorecer o encontro entre as pessoas, compartilhando a verdade". A palavra não está feita para o engano, para a divisão, nem para a manipulação ou o uso do outro»." Não admira que haja quem não goste dele, do Bento XVI: é que ele diz as coisas com frontalidade: chama os bois pelos nomes, como diz o povo, e quem se mete com os jornalistas tem-nos à perna... Conclúo acrescentando que me dá um especial prazer abrir o blog com um postal centrado nas palavra do Papa Bento XVI.