Embora desconheça qualquer referência a esta matéria por parte dos mujahideen e seus apologistas, foi assinalado por alguns observadores da jihad global que a data «11 de Setembro» estava carregada de uma má memória na mente islâmica: a 11 de Setembro de 1683 o exército turco foi derrotado às portas de Viena, pondo efectivamente cobro à progressão turca para ocidente. A ocorrência do grande ataque de 2001 nessa data levou a pensar que a intenção dos mujahideen seria criar uma vitória militar de magnitude tal que relegasse a memória do funesto acontecimento de 1683 para o abismo do esquecimento na mente islâmica, o que parece ter sido um sucesso.
No rescaldo da ofensiva de 13 de Novembro em Paris há quem tenha observado uma outra coincidência da data deste ataque com a de outro acontecimento da história remota do islão, eventualmente com a mesma intenção: criar, na memória islâmica, mas também na ocidental, uma ocorrência de tal modo marcante ao ponto de apagar todas as outras marcas históricas associadas a esse dia. Com efeito, 13 de Novembro, do ano de 1918, foi o dia em que os aliados ocuparam a capital turca, pondo fim à participação turca na guerra e, de certo modo, dando o golpe de misericórdia ao Império Otomano, ao Califado Turco que o Estado Islâmico pretende substituir.
O islão não esquece, é vingativo. Um século é como se fosse um dia e o projecto de submeter o mundo ao islão está vivo e activo.
Avenging the Defeated Caliphate: The Significance of November 13 in the Paris Attacks