19.3.08

Zenit em campanha de recolha de fundos

A agência noticiosa Zenit, manancial de informação relativa ao mundo e à fé católica, tem em curso uma campanha de angariação de fundos destinada a garantir o seu funcionamento. Como leitor quotidiano do boletim da Zenit, não posso deixar de apelar à participação nesta campanha. Aqui fica a hiperligação de acesso à base dos donativos:

Princípio da reciprocidade - addendum

Daniel Pipes, a propósito de alguns avanços nas relações entre o Vaticano e governos de países muçulmanos, alude ao princípio da reciprocidade como tendo sido adoptado e vindo a ser seguido com firmeza por parte dos responsáveis diplomáticos da Santa Sé. Parece ser possível aplicar o princípio da reciprocidade sem abdicar dos valores cristãos e dos princípios do estado de direito.

A resistência dá frutos - adenda

O artigo de Daniel Pipes citado no postal A resistência dá frutos agora em português.

6.3.08

Intelectualidade de esquerda e banditismo

No seu artigo de 3 de Março para o Diário do Comércio, Olavo de Carvalho tece algumas considerações acerca da criminalidade e do banditismo e do seu impacto na sociedade brasileira, a propósito do filme "Tropa de Elite".

No meio das suas considerações, Olavo alude a um outro texto seu – Bandidos & Letrados – no qual analisa mais extensamente a relação entre o banditismo e um certo pensamento de esquerda.

Ora, estes dois textos são de particular actualidade numa altura em que, por cá, vivemos aquilo que designamos, de forma algo optimista, por onda de criminalidade violenta e que pode bem ser, esperemos que não, menos onda que maré.

A propósito desta onda, não tardaram as habituais reacções: da esquerda veio o já canónico mito do crime como reflexo das dificuldade económicas que o país atravessa, à qual, surpreendentemente – ou talvez não – se associou o líder do PSD, Luís Filipe Menezes. Do poder – que é como quem diz, da esquerda mais comprometida – veio a desvalorização do fenómeno, quer através de discursos de ministros, quer por meio da oportuna divulgação de estatísticas que pretendem contrariar a generalizada sensação de insegurança expressa pelos cidadãos e pelos agentes policiais; e veio o anúncio da elaboração de mais leis, de mais planos e de mais projectos que só na mente de quem os concebe – oh, inteligências preclaras – contribuirão para a resolução dos problemas da segurança dos cidadãos.

Quanto às origens do mito e quanto ao mito em si mesmo, a leitura do texto Bandidos & Letrados é particularmente esclarecedora, assim como também o é em relação à tibieza e inconsequência das propostas feitas pelos nossos governantes, razões mais que suficientes para tornar a sua leitura absolutamente indispensável.

Para ilustrar esta afirmação, colo algumas passagens:

«Entre as causas do banditismo carioca, há uma que todo o mundo conhece mas que jamais é mencionada, porque se tornou tabu: há sessenta anos os nossos escritores e artistas produzem uma cultura de idealização da malandragem, do vício e do crime.(…)»

«(…) Humanizar a imagem do delinqüente, deformar, caricaturar até os limites do grotesco e da animalidade o cidadão de classe média e alta, ou mesmo o homem pobre quando religioso e cumpridor dos seus deveres — que neste caso aparece como conformista desprezível e virtual traidor da classe —, eis o mandamento que uma parcela significativa dos nossos artistas tem seguido fielmente, e a que um exército de sociólogos, psicólogos e cientistas políticos dá discretamente, na retaguarda, um simulacro de respaldo "científico".

À luz da "ética" daí resultante, não existe mal no mundo senão a "moral conservadora". Que é um assalto, um estupro, um homicídio, perto da maldade satânica que se oculta no coração de um pai de família que, educando seus filhos no respeito à lei e à ordem, ajuda a manter o status quo? O banditismo é em suma, nessa cultura, ou o reflexo passivo e inocente de uma sociedade injusta, ou a expressão ativa de uma revolta popular fundamentalmente justa. Pouco importa que o homicídio e o assalto sejam atos intencionais, (…). A conexão universalmente admitida entre intenção e culpa está revogada entre nós por um atavismo marxista erigido em lei: pelo critério "ético" da nossa intelectualidade, um homem é menos culpado pelos seus atos pessoais que pelos da classe a que pertence.(…)»

«(…) É absolutamente impossível que a disseminação de tantas idéias falsas não crie uma atmosfera propícia a fomentar o banditismo e a legitimar a omissão das autoridades. O governante eleito por um partido de esquerda, por exemplo, não tem como deixar de ficar paralisado por uma dupla lealdade, de um lado à ordem pública que professou defender, de outro à causa da revolução com a qual seu coração se comprometeu desde a juventude, e para a qual a desordem é uma condição imprescindível.(…)»

«(…) De nada adianta a experiência universal ensinar-nos que a conexão entre miséria e criminalidade é tênue e incerta; que há milhares de causas para o crime, que mesmo a prosperidade de um wellfare State não elimina; que entre essas causas está a anomia, a ausência de regras morais explícitas e comuns a toda a sociedade; que uma cultura de "subversão de todos os valores" e a glamurização do banditismo pela elite letrada ajudam a remover os últimos escrúpulos que ainda detêm milhares de jovens prestes a saltar no abismo da criminalidade. Contrariando as lições da História, da ciência e do bom senso, nossos intelectuais continuam presos à lenda que faz do criminoso o cobrador de uma dívida social.(…)»

Mas o melhor é ler todo o artigo, seguir o encadeamento do raciocínio e da exposição do Olavo de Carvalho, acompanhar todas as ramificações apontadas.

4.3.08

Radio Convicción

Por indicação de Olavo de Carvalho, através do seu talkshow semanal True Outspeak/Sinceridade de Facto, descobri a Radio Convicción, emissora católica chilena.

No seu site, esta emissora disponibiliza programas sobre diversas temáticas, que vão desde a doutrina cristã, passando pela oração, pela história da Igreja, até ao pensamento filosófico-teológico dos Padres e Doutores da Igreja. Disponibiliza, igualmente, uma série de programas – muito propriamente designada “Barbarie Comunista” – sobre a Revolução Cultural Neomarxista, através do escrutínio do pensamento de figuras como Gramsci, Marcuse, Reich, Lucaks, Adorno, Horkheimer, Sartre, entre outros (“O meu nome é Legião”) e de doutrinas como o existencialismo, o niilismo, o desconstrucionismo.

Compare-se o serviço prestado por esta rádio com o da sua congénere portuguesa.

2.3.08

Relativismo agressivo

A Zenit de 26 de Fevereiro publica uma entrevista com Massimo Introvigne, autor do livro “Il Segreto dell’Europa – Guida alla riscoperta delle radici cristiane”, Sugarco Edizioni, 2007. A entrevista tem vários pontos de interesse, dos quais destaco dois: Introvigne aponta a obstinação dos líderes europeus em negar as raízes cristãs da cultura europeia como explicação possível para a dificuldade da Europa em definir posições comuns sobre assuntos realmente importantes e aponta como exemplo recente as tomadas de posição divergentes – quando não contrárias – face à declaração unilateral da independência do território sérvio do Kosovo. Mas o ponto mais interessante, e que, só por si, dá vontade de ler o livro, é a caracterização do actual estado do relativismo, enquanto tendência do pensamento moderno e pós-moderno ocidental, como “relativismo agressivo”.

A ler, igualmente, o texto, disponível na página pessoal do autor, relativo ao seu livro anterior, “Il Dramma dell’Europa Senza Cristo - Il relativismo europeo nello scontro delle civiltà”, da mesma editora.