28.6.09

No recato de uma tarde de 6ª-feira

Via Hot Air, através de dois artigos distintos, ficamos a saber que o presidente Obama acaba de dar mais um passo na aproximação da sua política à do presidente Bush, no que diz respeito aos detidos na chamada guerra contra o terrorismo, mais uma vez tirando partido da calmia mediática típica de um fim-de-semana - ainda para mais com uma parte dos media entretidos com a morte de uma estrela pop e a outra parte a analisar as futuras consequências da legislação verde-morte aprovada recentemente pelo Congresso. Assim se confirmam duas tendências já aqui assinaladas: Obama governa para os media e em permanente campanha para a reeleição - a despeito das mais elementares regras da transparência - e não tem outro remédio, para não pôr a segurança dos EUA em maior perigo, senão aproximar as suas políticas, neste particular, das de Bush. Abaixo ficam excertos da notícia tal como surgiu na edição de sábado do The Washington Post, construída através de fugas de informação cuidadosamente vertidas pela própria administração, informação entretanto confirmada pela Associated Press:
«Obama administration officials (...) are crafting language for an executive order that would reassert presidential authority to incarcerate terrorism suspects indefinitely, according to three senior government officials with knowledge of White House deliberations. Such an order would embrace claims by former president George W. Bush that certain people can be detained without trial for long periods under the laws of war. (...) (...) The Justice Department has declined to comment on the prospects for a long-term detention system while internal reviews of Guantanamo detainees' cases are underway. (...) (...) In a May speech, President Obama broached the need for a system of long-term detention (...). (...) In his May speech, the president outlined five strategies the administration would use to deal with them: criminal trials, revamped military tribunals, transfers to other countries, releases and continued detention. (...) Three months into the Justice Department's reviews, several officials involved said they have found themselves agreeing with conclusions reached years earlier by the Bush administration: As many as 90 detainees cannot be charged or released. (...)»
O WP esclarece as razões pelas quais esses detidos não podem ser julgados nos tribunais comuns, e não é, pelo menos não é só, devido à suspeita de utilização de métodos coercivos de interrogatório:
«[H]alf of the cases, the officials said, present the greatest difficulty because these detainees cannot be prosecuted in federal court or military commissions. In many cases the evidence against them is classified, has been provided by foreign intelligence services or has been tainted by the Bush administration's use of harsh interrogation techniques.»

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