14.3.10

Discurso de Geert Wilders à Casa dos Lordes, 5 de Março de 2010 (2)

Publico a tradução do discurso de Gert Wilders feita pelo Rui, publicada em quatro entradas no seu blogue Neuromante, nas quais o Rui inseriu comentários que resolvi não publicar a fim de tornar mais fluente a leitura do discurso. Os leitores que desejarem, podem ler a tradução com os comentários no local da sua publicação original. Resolvi, ainda, proceder a algumas pequenas adaptações formais do texto, que não do seu conteúdo ― a mais evidente das quais será a opção de grafar Alcorão e lugar de Corão ―, a fim de manter alguma concordância com o estilo da escrita por nós aqui usado. Os meus agradecimentos ao Rui.
«Obrigado. É bom regressar a Londres. E desta vez posso ver mais desta maravilhosa cidade do que o centro de detenção do aeroporto de Heathrow. Hoje apresento-me perante vós neste extraordinário local. Na verdade, é um lugar sagrado. Como Malcolm sempre disse, é a mãe de todos os Parlamentos, e sinto-me profundamente humilde por ter esta oportunidade de falar perante vós. Obrigado Lord Pearson e Lady Cox pelo vosso convite (...). Tenho grandes notícias. Pela primeira vez o meu partido, o Partido da Liberdade, participou nas eleições realizadas na Holanda na quarta-feira passada. Participámos em duas cidades. Em Almere, uma das maiores cidades holandesas, e em Haia, a terceira maior cidade (...). Em Almere ganhámos e em Haia, cidade onde vive a Rainha, conseguimos o 2ºlugar. E tenho mais boas notícias. Há duas semanas o governo holandês colapsou e em Junho teremos eleições legislativas. O futuro do Partido da Liberdade parece promissor. De acordo com as sondagens seremos o maior partido holandês. Pretendo ser modesto, mas quem sabe, posso ser eleito Primeiro Ministro nos próximos meses. Senhoras e Senhores, não longe daqui ergue-se a estátua de um dos maiores Primeiros Ministros que este país alguma vez teve (Winston Churchill). E eu gostaria de o citar aqui hoje: "O maomedismo (islamismo) é uma fé militante dedicada ao proselitismo. Não existe força mais retrograda no Mundo. Já se espalhou pela África Central, criando guerreiros destemidos a cada passo (...) a civilização da Europa moderna pode cair, como caiu a civilização de Roma Antiga".
"O maomedismo (islamismo) é uma fé militante dedicada ao proselitismo. Não existe força mais retrograda no Mundo. Já se espalhou pela África Central, criando guerreiros destemidos a cada passo (...) a civilização da Europa moderna pode cair, como caiu a civilização de Roma Antiga".
Estas foram as palavras de Winston Churchill no seu livro ‘The River War(1) escrito em 1899. Churchill tinha razão. Senhoras e senhores, eu e o meu partido, não temos quaisquer problemas com os muçulmanos. Há muçulmanos moderados. A maioria dos muçulmanos são cidadãos que cumprem a lei e querem viver pacificamente como todos nós. É por isso que faço uma distinção clara entre as pessoas, os muçulmanos, e a ideologia, o Islão. Pode haver muitos muçulmanos moderados, mas não existe tal coisa como o Islão moderado. O Islão persegue a dominação do mundo. O Alcorão manda os muçulmanos estabelecer a lei da sharia. O Alcorão manda os muçulmanos exercer a jihad. O Alcorão comanda os muçulmanos a impor o Islão a todo o mundo. Como disse o ex-primeiro-ministro turco Erbakan: "Toda a Europa se tornará islâmica. Nós conquistaremos Roma." Fim de citação. O ditador líbio, Gaddafi disse:
“Existem dezenas de milhão de muçulmanos na Europa e o seu número está a aumentar. Esta é uma clara indicação que a Europa será convertida ao Islão."
Na verdade, por uma vez na vida Gaddafi disse a verdade. Porque, lembrem-se, a imigração em massa e a demografia é o objectivo! O Islão não é meramente uma religião, é principalmente uma ideologia totalitária. O Islão quer dominar todos os aspectos da vida, do berço até à cova. A lei da sharia controla cada detalhe do dia a dia nas sociedades islâmicas. Desde a lei aplicada na família até ao crime. Determina como devemos comer, vestir e usar a casa de banho. Para eles, oprimir a mulher é bom, beber álcool é mau. Eu acredito que os Islão não é compatível com o nosso estilo de vida Ocidental. O Islão é uma ameaça aos valores Ocidentais. A igualdade do homem e da mulher, a igualdade entre os homossexuais e os heterossexuais, a separação entre a igreja e o estado, a liberdade de expressão, estão sob pressão devido à islamização. Senhoras e senhores: o Islão e a liberdade, o Islão e a democracia não são compatíveis. São valores opostos. Não admira que Winston Churchill tenha chamado ao ‘Mein Kampf’ de Hitler o novo Alcorão [“the new Quran of faith and war, turgid, verbose, shapeless, but pregnant with its message”]. Como sabem, Churchill fez a comparação entre o Alcorão e o "Mein Kampf", no seu livro ‘The Second World War’, uma obra prima pelo qual recebeu o Prémio Nobel da Literatura. A comparação do Alcorão com o "Mein Kampf" é absolutamente evidente. O cerne do Alcorão é o apelo à jihad. Jihad pode significar muitas coisas mas é a palavra árabe para "batalha". Kampf é a palavra alemã para "batalha". Jihad e Kampf significam exactamente o mesmo. Islão significa submissão, não há dúvidas relativamente ao seu objectivo. É um facto. O que está em causa é, se nós na Europa e vocês aqui na Grã Bretanha, com o vosso passado glorioso, se submeterão ou se se manterão firmes na vossa herança civilizacional. Nós vemos o Islão a sobrepor-se ao Ocidente a um ritmo incrível. A Europa está a islamizar-se rapidamente. Muitas cidades europeias possuem enormes concentrações islâmicas. Paris, Amesterdão, Bruxelas e Berlim são só alguns exemplos. Nalgumas zonas destas cidades, as regras muçulmanas são já obrigatórias. Os direitos das mulheres estão a ser destruídos. Burqas, lenços, poligamia, mutilação genital, crimes de honra. As mulheres são inclusivamente separadas nas aulas de educação física e de natação. Em muitas cidades existe já em vigor um apartheid. Os judeus estão novamente a deixar a Europa em número cada vez maior. Como vocês incidentalmente sabem, melhor do que eu, também no vosso país a imigração em massa e a islamização estão a crescer rapidamente. E Isto está a colocar sobre enorme pressão a sociedade britânica. Vejam o que está acontecer, por exemplo em Birmingham, Leeds e aqui em Londres. Os políticos britânicos que se esqueceram de Winston Churchill adoptaram a via da menor resistência. Desistiram. No ano passado, o meu partido requereu ao governo Holandês que fizesse uma análise de custos-benefícios desta imigração em massa. Mas o governo recusou sequer a responder-nos. Porquê? Porque tem medo da verdade. Os sinais são bons. Uma revista holandesa – Elsevier – calculou que os custos excediam os 200 mil milhões de Euros. Só ano passado, atingiu-se a quantia de 13 mil milhões de Euros. Mais cálculos se fizeram na Europa: De acordo com o Banco Nacional da Dinamarca, cada imigrante proveniente de um país islâmico custa ao estado dinamarquês mais de 300 mil Euros. Vemos o mesmo acontecer na Noruega e na França. Podemos tirar a seguinte conclusão: A Europa torna-se cada vez mais pobre a cada dia que passa. Mais pobre graças à imigração em massa. Mais pobre graças à demografia. Os esquerdistas estão ameaçados. Não sei se é verdade, mas diversos jornais ingleses que eu li afirmavam que havia provas que o Partido Trabalhista abriu as portas à imigração em massa para mudar a face étnica da Grã-Bretanha, modificando a estrutura social com fins eleitorais. Andrew Neather, um ex-conselheiro do governo de Tony Blair e de Jack Straw disse que o objectivo do Partido Trabalhista relativamente á imigração em massa foi, e cito “rub the Right’s nose in diversity and render their arguments out of date”, isto é, esfregar (esmurrar) o nariz à direita com a diversidade e tornar os seus argumentos desactualizados. Se isto é verdade, é sintomático da esquerda que temos. Senhoras e senhores, não nos enganemos. A esquerda está a facilitar a islamização. Os esquerdistas brindam por cada banco sharia que é criado, por cada hipoteca islâmica, por cada nova escola islâmica, por cada novo tribunal islâmico. Os esquerdistas consideram o Islão igual à nossa cultura. Lei da sharia ou democracia? Islão ou liberdade? Verdadeiramente não lhes interessa. Mas interessa-nos a nós. Toda a elite esquerdista é culpada de praticar o relativismo cultural. Nas universidades, nos sindicatos, nos meios de comunicação, na política. Todos eles estão a trair as nossas liberdades tão dificilmente conquistadas. Pergunto-me porque é que os esquerdistas deixaram de lutar por estes valores? Em tempos, os esquerdistas lutavam nas barricadas pelos direitos das mulheres. Mas onde estão eles hoje? Onde estão eles em 2010? Olham noutra direcção porque estão dependentes do relativismo cultural e dependentes do voto muçulmano. Estão dependentes dos votos trazidos pela imigração de massas. Graças a Deus, Jacqui Smith já não está no governo. É uma vitória para a liberdade de expressão que um juiz do Reino Unido tenha varrido a sua decisão de me recusar a entrada neste país, há um ano atrás. Espero que os juízes no meu país sejam no mínimo tão sábios e me ilibem de todas as acusações que pendem sobre mim. Infelizmente até ao momento isso não aconteceu. Pois eles não querem ouvir a verdade acerca do Islão, nem estão interessados em ouvir a opinião de especialistas no campo académico da liberdade de expressão. No mês passado, na sessão preliminar do julgamento, 15 dos 18 especialistas-testemunhas que eu requisitei para serem ouvidos, foram recusados pelo tribunal. Só 3 especialistas foram autorizados a serem ouvidos. Afortunadamente, a minha querida amiga e heróica psiquiatra americana, Dra. Wafa Sultan é um deles. Mas o seu testemunho vai ser ouvido à porta fechada. Aparentemente, a verdade sobre o Islão não é para ser dita e ouvida em público, a verdade sobre o Islão deve ser mantida em segredo. Senhoras e Senhores, eu fui processado pelas minhas ideias políticas. Como sabemos, os processos políticos existem nos países do Médio Oriente, como no Irão, na Arábia Saudita, mas nunca na Europa, nunca na Holanda. Eu fui acusado por ter comparado o Alcorão ao ‘Mein Kampf’. É ridículo. Eu pergunto-me se os Britânicos poriam algum dia as crenças de Winston Churchill em tribunal. Senhoras e senhores, o julgamento político que me moveram tem de acabar. Mas tudo isto não é sobre mim, não sobre Geert Wilders. A liberdade de expressão está a ser atacada. Deixem-me dar alguns exemplos. Como provavelmente sabem, um dos meus heróis, a escritora Oriana Fallaci, teve que viver no medo de ser extraditada para a Suíça por causa do seu livro anti-Islão, A Raiva e Orgulho. O cartonista holandês Nekschot foi preso em Amsterdão por 10 polícias por ter desenhado caricaturas anti-islâmicas. Aqui na Grã-Bretanha, a escritora Rachel Ehrenfeld foi processada por negociante saudita, por difamação. Na Holanda, Ayaan Hirsi Ali e dois pastores cristãos australianos foram também processados... Poderiam continuar e continuar. Senhoras e senhores, por todo o Ocidente, pessoas amantes da liberdade enfrentam esta jihad judicial. Isto é a lei islâmica a ser aplicada. E, senhoras e senhores, não há muito tempo o cartonista dinamarquês Westergaard foi quase assassinado por causa dos seus desenhos. Senhoras e senhores, nós devemos defender a liberdade de expressão. Com todas as nossas forças. Com todo o nosso poder. A liberdade de expressão é a mais importante das nossas liberdades. A liberdade de expressão é a pedra de toque das sociedades modernas. A liberdade do discurso é a respiração da nossa democracia, e sem ela, a nossa maneira de viver morrerá." Eu acredito na obrigação que temos de preservar a herança deixada pelos bravos e jovens soldados que desembarcaram nas praias da Normandia. Que libertaram a Europa da tirania. Aqueles heróis não podem ter morrido para nada. É nossa obrigação defender a liberdade de expressão. Como George Orwell afirmou: “If liberty means anything at all, it means the right to tell people what they do not want to hear”. [Se a liberdade significa alguma coisa, significa o direito de dizer ao povo aquilo que ele não quer ouvir]. Senhoras e senhores, eu acredito numa outra política, é tempo de mudança. Devemo-nos apressar. Não podemos esperar mais. O tempo está-se a esgotar. Se eu posso citar um dos meus presidentes americanos favoritos, Ronal Reagan: “We need to act today, to preserve tomorrow”. ["Precisamos de agir hoje para preservar o amanhã."]. Por isso eu proponho as seguintes medidas, e só mencionarei algumas, no propósito de preservar a nossa liberdade. Primeiro, devemos defender a liberdade de expressão. É a mais importante das nossas liberdades. Na Europa e certamente na Holanda, precisamos de algo semelhante à Primeira Emenda da Constituição Americana. Segundo, teremos que pôr fim e livrar-mo-nos do relativismo cultural. Aos culturais relativistas, aos socialistas da sharia, eu tenho orgulho em lhes dizer: a nossa cultura é de longe superior à cultura islâmica. Não tenho medo em no afirmar. Não se é racista por se dizer que a nossa cultura é melhor. Terceiro, temos que por cobro à emigração de massas proveniente dos países islâmicos. Porque mais Islão significa menos liberdade. Quarto, temos que expulsar os imigrantes criminosos, seguido da sua desnaturalização. Temos que expulsar os criminosos que tenham dupla nacionalidade. E há muitos deles no meu país. Quinto, teremos que proibir a construção de novas mesquitas. Já existe demasiado Islão na Europa. Especialmente desde que os Cristãos na Turquia, Egipto, Iraque, Irão, Paquistão e Indonésia são ameaçados e mal tratados, deverá ser parada a construção de novas mesquitas na Europa. E por último, mas não menos importante, temos que nos ver livres destes assim-chamados-lideres. Já disse isto antes: poucos Chamberlains, e mais Churchills. Vamos lá eleger verdadeiros lideres! Senhoras e Senhores. Para a geração anterior, aquela dos meus pais, a palavra "Londres" é sinónimo de esperança e liberdade. Quando o meu país foi ocupado pelos nazis a BBC oferecia diariamente centelhas de esperança ao meu povo, durante as trevas da tirania nacional-socialista. As palavras "Daqui Londres" eram um símbolo de um mundo melhor que iria chegar em breve. O que é que será difundido daqui a 20 anos? Será ainda "Daqui Londres"? Ou será "Daqui Londonistão"? Trar-nos-á esperança? Ou será um sinal dos valores de Meca e Medina? Será que Grã-Bretanha nos vai oferecer submissão ou perseverança? A escolha é vossa. E na Holanda a escolha é nossa. Senhoras e senhores,nunca pediremos desculpa por sermos livres.Nós nunca nos renderemos. A liberdade deve prevalecer, a liberdade vai prevalecer. Muito obrigado.»
Leia o discurso na versão original em língua inglesa. (1) - In Google Books:

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