24.1.10

Efeito corrosivo: Macedónia

Da Macedónia chegam notícias, através do blogue Islam in Europe, de um crescendo de tensão entre a população cristã, maioritária, e os muçulmanos, etnicamente albaneses e turcos, pesada herança para os países de leste do domínio otomano que durou até à Grande Guerra. Passemos os olhos pela notícia:
«Open displays of faith among Macedonia's rival Christian and Muslim youths are stoking religious tensions that have smouldered since the fall of communist Yugoslavia. The collapse of the communist federation in the early 1990s saw a revival of interest in religion among Macedonia's mainly Slavic Orthodox Christians and predominantly Sunni Islam ethnic Albanians. Nowadays, Christian youths openly attend church services, fast and wear crosses, while Muslim girls are donning headscarves at schools even though the custom is outlawed.»
Nada de novo: a queda do regime comunista do marechal Tito - que mantinha a coesão da República Federal da Jugoslávia pela força e através de um complexo equilíbrio de forças entre as diversas etnias e sensibilidades religiosas - fez emergir a religião quer como expressão pura de religiosidade reprimida pela ditadura comunista, quer como elemento de identidade individual e étnica. A história da guerra que eclodiu entre Croatas, Sérvios e Bósnios - os muçulmanos entre estes apoiados pelo internacionalismo islâmico - é notória, embora cada vez mais se note que precisa de ser mais bem contada.
«The use of religious symbols is becoming more obvious at schools, notably in the capital Skopje and the western town of Tetovo, an ethnic Albanian stronghold. The issue came to a head early in 2009, when a Tetovo school principal, Ljatif Ismaili, was sacked after banning a girl from entering class with a headscarf several times. "At high school, other students found it strange at the beginning, but later got used to it," says Shpresa, an ethnic Albanian student from Bogovinje village near Tetovo. "I will wear it until I get married, and if my husband tells me to take it off, I will do so.”»
Mesmo num país não islâmico, para esta jovem é claro que, depois de casada, quem manda é o marido. Agora a parte concernente ao efeito de uma população muçulmana numerosa num dado país:
«Macedonia has long been dogged by ethnic tensions related to its Albanian minority, who make up most of the country's Muslim population -- which represents about 30 percent of the country's 2.2 million residents. The others are Turks, Roma and Macedonian Muslims known as Torbeses.»
30%. Vejamos o que sucede a um país quando a população muçulmana atinge num dado país os 30%, de acordo com o texto que citámos na entrada Efeitos Corrosivos:
«(...) Tras alcanzar el 20%, las naciones pueden esperar disturbios espeluznantes, formación de milicias jihadistas, asesinatos esporádicos y quema de iglesias [como en] Etiopía: 32,8% de musulmanes. (...)»
Será que é mesmo assim? Voltemos à notícia:
«In 2001, an ethnic Albanian rebellion brought Macedonia to the edge of civil war. The seven-month uprising was put to an end with the internationally-brokered peace accord that brought more rights to the ethnic Albanian community.»
Parece que sim, mas a trégua (recorde-se, sempre temporária para os muçulmanos e vista como moratória que lhes permite ganhar forças para nova ofensiva) aponta para um equilíbrio de tensões distinto, mais típico dos países (sempre segundo o texto citado supra) onde os muçulmanos não ultrapassam a barreira dos 10% da população (cf. Efeitos Corrosivos)(1).
«Education Minister Pero Stojanovski admits the issue of headscarves in schools is "very sensitive.” (...) But Stojanovski stresses "rules of conduct" should not be interpreted as "discrimination.” Namik Xhaferi of Tetovo's Islamic community says the cross is a religious symbol, while headscarves are not only that, but also a part of expressing respect for Islam. "No-one should exclude young women of Islamic faith (from schools) because of that," he insists. The problem first emerged soon after Macedonia's independence in 1991, when a Muslim girl attended school with her head covered for the first time. It resurfaced when a law on religion at school entered into force in September 2008, sparking a vivid debate before the Supreme Court declared wearing headscarves to class is unconstitutional. But the public attorney's office says "students have constitutional and legal rights for freedom of religious expression," according to spokeswoman Uranija Pirovska. (...) It is estimated that up to three percent of female students wear headscarves or other Islamic apparel at high schools and universities. In Tetovo's Medical High School with around 2,600 students including ethnic Albanians and Turks, classes are held in all three languages and problems have so far been avoided. (...)»
A forma encontrada para evitar tensões étnicas nesta escola parece ter sido dar as aulas em três línguas distintas.
«Tetovo's leading Muslim cleric Alifikri Efendi Esati says "a choice to express religious respect is not a problem, but when politics interferes, there's no happiness for anyone."»
Como já temos observado, os muçulmanos tentam eximir-se de respeitar as leis da nação onde vivem, ou exigir a sua alteração, invocando o direito à liberdade religiosa, para a qual usam uma definição bastante abrangente.
«In recent years, youngsters have joined hardline Islamist groups like the Wahhabis, who stand out in Macedonia with their trademark beards and shortened pants. The Islamic community is also very active in building mosques in areas populated by Muslims. In Tetovo, eight new mosques have been erected in recent years and two more are under construction, compared to only one Orthodox Christian church in the town.»
De acordo com estas tendências, Tetovo rumará, segundo as previsões dos pessimistas, à secessão, não sem derramamento de sangue. (1) - «(...) A partir del 5% de población musulmana, los musulmanes ejercen una influencia desorbitada con respecto al porcentaje de población que representan. Por ejemplo, insistirán en la introducción de los alimentos halal (limpios de acuerdo a los preceptos islámicos), asegurándose de esta manera empleos de manipuladores de alimentos reservados a los musulmanes. Empezarán las presiones sobre las cadenas de supermercados para que muestren alimentos halal en sus estanterías, junto con las correspondientes amenazas si no se cumplen estos requisitos. Esto está ocurriendo en Francia: 8% de musulmanes; Filipinas: 5%; Suecia: 5%; Suiza: 4,3%; Holanda: 5,5%; Trinidad y Tobago: 5,8%. Llegados a este punto, trabajarán para que la autoridad gubernamental les permita que ellos mismos se regulen bajo la Sharia, la Ley Islámica (dentro de sus ghettos). El objetivo último de los islamistas es establecer la Sharia en todo el mundo. Cuando los musulmanes se aproximan al 10% de la población, tienden a aumentar la anarquía como un medio de quejarse sobre sus condiciones de vida en el país. En París ya hemos visto las revueltas imparables con quema de coches y de mobiliario urbano. En esta situación, cualquier acción no musulmana ofende al Islam, y resulta en insurrecciones y amenazas, como las de Amsterdam tras la oposición a las viñetas de Mahoma y películas sobre el Islam. Estas tensiones se ven a diario, particularmente en los sectores musulmanes de Guyana: 10% de musulmanes; India: 13,4%; Israel: 16,0%; Kenia: 10,0%; Rusia: 15,0%. Para hacerse una idea de lo que representan esos porcentajes, digamos que la población negra de los Estados Unidos constituye el 13% del total.] (...)»

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