5.2.11

Bento XVI: Europa precisa reconhecer as suas raízes cristãs

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Pontífice recebe novo embaixador da Áustria junto à Santa Sé

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011 (ZENIT.org) - "A construção de uma casa comum europeia pode ser bem sucedida se o continente estiver ciente de suas raízes cristãs e se os valores do Evangelho, assim como a imagem cristã do homem, forem, também no futuro, o fermento da civilização europeia."

Isto foi afirmado ontem Papa Bento XVI, ao receber em audiência Alfons M. Kloss, novo embaixador da Áustria junto à Santa Sé, por ocasião da apresentação das suas cartas credenciais.

"A fé viva em Cristo e o amor ativo pelo próximo, refletindo as palavras e a vida de Cristo e o exemplo dos santos, devem pesar mais fortemente na cultura ocidental cristã", observou o Papa.

Estado e liberdade religiosa

Em muitos países europeus, disse o Pontífice, "a relação entre Estado e religião está enfrentando uma tensão particular".

"Por um lado, as autoridades políticas procuram não fornecer espaços públicos para as religiões, concebendo-as como ideias de fé meramente individuais dos cidadãos. Por outro lado, pretende-se aplicar os critérios de uma opinião pública leiga às comunidades religiosas."

"Parece que se quer adaptar o Evangelho à cultura e, no entanto, busca-se impedir, de forma quase vergonhosa, que a cultura seja moldada pela dimensão religiosa", lamentou.

Neste sentido, quis reconhecer "a atitude de alguns Estados da Europa Central e Oriental que buscam dar espaço para as questões fundamentais do homem, a fé em Deus e a fé na salvação por meio de Deus".

A Santa Sé, acrescentou, "observou com satisfação algumas atividades do governo austríaco, neste sentido", incluindo "a importância da posição tomada em relação à chamada ‘sentença do crucifixo', ou a proposta do ministro de Assuntos Exteriores de que se elabore um informe sobre a situação da liberdade religiosa no mundo".

Não só uma ONG

Bento XVI também quis destacar os esforços da Igreja pelos necessitados, que "evidencia" o modo como ela "é porta-voz dos desfavorecidos".

"Este esforço da Igreja, que na sociedade recebe amplo reconhecimento, não pode ser reduzido a uma mera filantropia", disse o Papa.

"Suas raízes mais profundas estão em Deus, no Deus que é amor. Por isso, é necessário respeitar plenamente a ação própria da Igreja, sem transformá-la em um dos muitos serviços de beneficência."

Política familiar

Outra questão em que o Papa quis mostrar a preocupação da Santa Sé é a necessidade de uma "política equilibrada em relação à família".

Dado que a ordem social "encontra um apoio essencial na união esponsal do homem e da mulher, que também é direcionada à procriação", o casamento e a família "requerem uma proteção especial do Estado".

"São, para todos os seus membros, uma escola de humanidade, com efeitos positivos para os indivíduos, bem como para a sociedade", explicou, ressaltando que a família é chamada a "viver e proteger o amor mútuo e a verdade, o respeito e a justiça, a fidelidade e a colaboração, o serviço e a disponibilidade aos demais, em particular os mais fracos".

Neste contexto, ele lamentou que a vida dos nascituros não receba a "proteção jurídica adequada", mas, ao contrário, "seja muitas vezes reconhecido o direito de existir como secundário com relação à liberdade de escolha dos pais".

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