Pio IX, um pontificado longo e fecundo
É o pontificado mais longo registrado na história. Giovanni Maria Mastai Ferretti (nascido em Senigallia, provícia de Ancona, em 13 de maio de 1792), esteve na sede de Pedro durante quase 32 anos: entre 1846 e 1878.
Com a constituição apostólica Inefabilis Deus, proclamou em 1854 o dogma da Imaculada Conceição, logo após realizar uma consulta com todos os bispos do mundo, na qual a grande maioria (546 de 603 no total) se declarou a favor.
“Além do significado doutrinal daquela definição, este dogma tem especialmente um valor espiritual”, explica ao jornal L’Osservatore Romano em sua edição de sexta-feira Dom Walter Brandmüller, que foi até ano passado presidente do Pontifício Comitê de Ciências.
O prelado alemão garantiu que esse fato “demonstra especialmente a grande sensibilidade de Pio IX com a realidade sobrenatural da fé, com particular atenção à questão do pecado e da graça”. Um discurso que, segundo ele, tem muita relação com a atualidade: “não por casualidade, este é um dos temas que estão particularmente no coração de Bento XVI”, disse Dom Brandmüller.
Pio IX foi o Papa que convocou o Concílio Vaticano I (1869-1870), onde foi definido por meio da constituição dogmática Pastor aeternus a infalibilidade do Papa para seus pronunciamentos ex cátedra, assim como o fortalecimento do primado romano.
Neste concílio foi discutida ainda a relação entre a fé e a razão, tema que ficou assinalado na constituição Dei filius: “Nela é enfrentada diretamente questão das ideologias e dos movimentos que inquietavam o panorama intelectual e que exigiam uma resposta também no plano teológico”, afirma Dom Brandmüller.
A vida consagrada foi também um dos pilares de Pio IX: aprovou canonicamente 160 ordens religiosas, muitas delas femininas e missionárias. Várias nasceram na França, apesar da perseguição religiosa do final do século XVIII. “Isso confirma que boa parte dos frutos do pontificado de Pio IX foi recolhida depois de sua morte. E hoje também continuam”, diz Dom Brandmüller.
“Seu longo pontificado não foi fácil, e ainda sofreu muito para cumprir sua missão ao serviço do Evangelho”, recordou João Paulo II há dez anos, durante a homilia de sua beatificação. “Foi muito amado, mas também odiado e caluniado”, afirmou.
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