26.9.10

Será o Sverigedemokraterna de extrema-direita?

A votação no Sverigedemokraterna (SD) nas recentes eleições parlamentares suecas ― 6% dos votos, elegendo 20 deputados num total de 349 ―, foi noticiada em Portugal, e um pouco por todo o Ocidente culturalmente esquerdista, como uma subida preocupante da extrema-direita. Tal como previmos na noite das eleições, aos jornais ― irremediavelmente sinistrógiros ― juntaram-se os blogues, mesmo de direita com uma honrosa excepção, dentre os que visito, ainda que, por exemplo, o Miguel Noronha tenha expressado reservas quanto à propriedade se apodar o SD como de extrema-direita.

Mas até o Miguel acabou por encontrar um texto de um analista sueco que apontava para os antecedentes neo-nazis de uma parte importante dos membros influentes do SD, o que o deixou a ele, e a mim, de pé atrás. N'O Insurgente, o leitor Fernando S., com quem já me habituei a concordar, responde a esse alerta com as seguintes palavras:
«E depois? Grande parte dos partidos das esquerdas e extrema esquerdas, respeitados e com assentos parlamentares, não têm origem em correntes comunistas, do mais totalitário e anti-democrático que há ?!…»
Isto leva-nos a julgar que devemos procurar elementos que nos ajudem a responder à pergunta que dá título a esta entrada nos documentos e acções presentes do partido e seus membros, e não algures no passado.

Deixo aqui um elemento, e numa entrada posterior um outro, para discutir a propriedade de considerar o SD um partido de extrema-direita: segundo informa Vlad Tepes, um membro eleito para um órgão autárquico pelas listas do SD, de nome Issa Issa (que quer dizer Jesus Jesus) de origem assíria (zona do actual Iraque), cristão-siríaco, foi atraído para uma emboscada à porta da sua casa, espancado e esfaqueado por um grupo de entre 20 a 40 jovens que gritavam: «cristão filho-de-puta, Sverigedemokraterna filho-de-puta» (tradução livre do inglês: «fucking Christian, fucking Sweden Democrat».


Em suma, não parece haver segregação racial no SD, já que Issa Issa, a vítima do ataque, não é etnicamente sueco.

Aproveito para lançar outra pergunta e fazer uma consideração final: aqueles de nós preocupados com uma eventual subida da extrema-direita, propriamente dita, e com a violência e discriminação étnica-religiosa, quem devemos temer mais? O SD de Issa Issa ou o bando que o atacou?

Para terminar, diria que a luta pela civilização ocidental e pela identidade cultural dos nosso países não será branda, e tanto mais dura quanto mais anos passarem sem que se imponha a lei e a ordem, independentemente da cultura de origem do autor de um crime (que as nossas ruas não sejam ocupadas ilegalmente por indivíduos em formação militar; que não suceda que estupradores sejam absolvidos porque nos países de origem as mulheres não andam de mini-saia), sem que se faça a mais firme oposição a qualquer aplicação da sharia nos países ocidentais (nem a acomodação das restrições alimentares é aceitável: levem merenda para a escola ou para o quartel como levam os vegans e os macrobióticos), e sem o controle do afluxo imigratório proveniente dos países muçulmanos.

2 comentários:

. disse...

A definição de direita e de extrema direita foram e são criadas pela esquerda conforme esta quis e quer.

Francisco Vilaça Lopes disse...

Caro Luís, gostei muito deste postal ;)