por Daniel Pipes
National Review Online
2 de Novembro de 2010
Original em inglês: Germany's Freiheit Party Joins the Fray
Tradução: Joseph Skilnik
Um novo partido político alemão, Die Freiheit (A Liberdade), teve a sua reunião inaugural em 28 de outubro em Berlim. Eu estava na cidade, então sua liderança me convidou, como o único não membro do partido nascente, a testemunhar e relatar sobre a fundação de sua assembléia constituinte.
Presidente do Freiheit, René Stadtkewitz, ao lado de outros líderes do partido por ocasião da sua fundação.
Lembrando de como as liberdades foram corroídas na Europa nessa época de terror islamista, um partido político que resiste à islamização e apóia Israel não pode surgir em plena luz do dia. Posto isso, assim como os outros 50 presentes, fiquei sabendo da hora e local do evento um pouco antes do seu início. Além disso, os organizadores estavam disfarçados; a direção só tinha conhecimento da eleição de um conselho diretor de uma empresa com um nome inofensivo. Por razões de segurança, ainda não posso mencionar o nome do hotel.
Muito tempo teve que ser dedicado ao legalismo necessário para registrar um partido político na Alemanha: registro de comparecimento, contagem de votos, explanação de procedimentos organizacionais, enumeração das etapas para participar das eleições de Berlim em setembro de 2011 e os administradores eleitos, incluindo o presidente, René Stadtkewitz, 45. De ascendência Alemã Oriental, é membro do parlamento de Berlim que pertenceu ao partido conservador União Democrata Cristã, ora posição, até a sua expulsão no mês passado por receber publicamente o político holandês Geert Wilders.
Para mim, o que mais interessava era o resumo verbal da política do partido e a distribuição do Grundsatzprogramm ("Programa Básico") de 71páginas expondo, em detalhes, as posições do partido. Stadtkewitz explicou a necessidade de um novo partido alemão tomando como base que, "Os partidos já consolidados, infelizmente, não estão prontos para se posicionarem de forma clara e, em vez disso abandonam o povo a sua própria sorte". O programa não mede palavras nem pensa pequeno. Logo no parágrafo de abertura declara que "A civilização ocidental, que por séculos lidera o mundo, enfrenta uma crise existencial".
A capa do "Programa Básico" do Freiheit.
O novo partido, cujo slogan é "o partido para mais liberdade e democracia", fala com toda a franqueza sobre o Islã, islamismo, lei islâmica e islamização. Começando com o insight, "O Islã não é somente uma religião, como também uma ideologia política com seu próprio sistema legal", o partido exige um exame minucioso dos imãs, mesquitas e das escolas islâmicas, uma avaliação das organizações islâmicas para garantir que elas respeitem as leis alemãs e condena os esforços para a construção de uma estrutura legal paralela baseada na Sharia. Sua análise convincentemente conclui o seguinte: "Nos opomos, com todas as nossas forças, à islamização do nosso país".
O Freiheit apóia firmemente Israel, chamando-o de "o único estado democrático do Oriente Médio. Portanto é o posto avançado do mundo Ocidental na esfera árabe. Todos os países democráticos devem demonstrar o maior interesse em que Israel viva com auto-determinação e segurança. Nos comprometemos explicitamente em defender o direito de Israel existir, o que não está aberto a discussões".
Por mais claro que estejam esses parágrafos, como também a rejeição da acessão turca à União Européia, eles englobam apenas cerca de 2 porcento do Programa Básico, que aplica, de modo geral, a política e os valores tradicionais Ocidentais à vida política alemã. Seus tópicos incluem o povo alemão, democracia direta, a família, educação, o local de trabalho, a economia, energia, o meio ambiente, saúde e assim por diante. Oferecer uma plataforma ampla faz sentido, ajustando o programa de anti-islamização em um menu repleto de diretrizes.
A programação da reunião inaugural de atividades. (versão completa)
Apesar disso, é claro, a cobertura da imprensa sobre a fundação, enfatizou a posição do Freiheit em relação ao Islã, definindo-o estritamente como um "partido anti-Islã".
A criação do Freiheit provoca duas observações: Primeiro, mesmo se encaixando no padrão dos partidos emergentes europeus cujo enfoque é o Islã, além de ser o ponto central das suas missões, difere dos outros quanto as suas perspectivas mais amplas. Enquanto o PVV de Wilder responsabiliza o Islã por quase todos os problemas da sociedade, o Freiheit, além de se opor "com todas as nossas forças a islamização do nosso país", têm muitos outros temas em seu programa.
Segundo, a Alemanha está visivelmente atrás da maioria dos países europeus, com uma grande população muçulmana, que ainda não gerou um partido que se posicionasse contra a islamização. Não foi por falta de tentativas; as anteriores não deram certo. O final de 2010 pode ser um momento auspicioso para o lançamento de um partido desses, dada a imensa controvérsia na Alemanha a respeito do livro de Thilo Sarrazin lamentando a imigração muçulmana, seguido pela declaração da Chanceler Angela Merkel de que o multiculturalismo "fracassou". Parece que está ocorrendo uma mudança no estado de ânimo.
O partido Freiheit foi concebido como um esforço oriundo de uma tendência predominante, séria e construtiva para lidar com um problema extremamente complexo e de longo prazo. Se der certo, poderá mudar a política do país mais influente da Europa.
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